Sou advogado especialista em planos de saúde e, neste artigo, vou compartilhar 7 dicas fundamentais para você contratar o melhor plano de saúde de acordo com suas necessidades e características pessoais. Existem diversas operadoras de saúde no mercado, mas o ponto crucial não é “qual a melhor ou a pior” empresa, e sim se você está contratando o produto certo para você.
Confira abaixo as principais orientações:
1. Verifique a Abrangência Geográfica
- Nacional x Regional: Avalie se realmente precisa de um plano com abrangência nacional. Se você viaja pouco ou utiliza serviços de saúde apenas na cidade onde mora, um plano regional pode ser suficiente — e mais barato.
- Rotina de viagens: Caso faça viagens esporádicas, considere que há seguros-viagem para esses períodos. Portanto, não pague a mais por um serviço que talvez não use no dia a dia.
2. Escolha a Segmentação Adequada
As operadoras oferecem diferentes modalidades de cobertura. É essencial entender qual melhor se encaixa no seu perfil:
- Hospitalar: Cobre internações e procedimentos hospitalares.
- Ambulatorial: Cobre consultas, exames e procedimentos em ambiente ambulatorial.
- Hospitalar + Ambulatorial: Combina as duas coberturas anteriores.
- Obstetrícia: Inclui cobertura para parto (indicada se você pretende ter ou adotar filhos).
- Odontológico: Exclusivo para cuidados com a saúde bucal.
Ao escolher o tipo de plano, considere sua idade, seu estado de saúde, se há planos de ter filhos etc. Muitas vezes, contratar cobertura obstétrica quando não há essa necessidade resulta em custo extra desnecessário.
3. Pesquise os Reajustes Anuais
- Consultando o histórico: Antes de assinar o contrato, busque saber os índices de reajuste praticados nos últimos anos. Isso ajuda a prever se as mensalidades podem ficar muito altas em pouco tempo.
- Onde encontrar: A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga, em seu site, os reajustes aplicados aos planos individuais ou familiares. Você também pode ligar na ANS para obter informações sobre reajustes de planos empresariais ou coletivos.
- Planos coletivos x individuais: Em geral, os planos coletivos (por adesão ou empresariais) têm reajustes maiores, pois não são diretamente controlados pela ANS. Fique atento(a)!
4. Entenda as Faixas Etárias
- Reajustes por idade: Os planos de saúde costumam estabelecer faixas etárias para reajustes. Um dos aumentos mais impactantes ocorre aos 59 anos, e pode chegar a 40%, 50% ou até mais de 100%.
- Não seja surpreendido: Peça ao corretor o detalhamento dos percentuais de reajuste por faixa etária e avalie se o custo final caberá no seu bolso.
5. Analise a Rede Credenciada
- Hospitais e laboratórios de confiança: Antes de assinar o contrato, verifique se o hospital ou clínica que você gosta de frequentar faz parte da rede credenciada do plano.
- Possíveis descredenciamentos: Caso a operadora descredencie um hospital importante para você, isso pode gerar dor de cabeça. Em alguns casos, é possível recorrer judicialmente, mas o ideal é já contratar um plano com rede confiável e estável.
6. Verifique se a Comercialização Já Foi Suspensa pela ANS
- Suspensão de planos: A ANS, periodicamente, suspende a venda de planos de saúde que não cumprem prazos de atendimento ou apresentam reclamações excessivas.
- Cuidado ao contratar: Se um plano sofreu suspensão, pode ser sinal de problemas na prestação do serviço. Pesquise se a operadora já enfrentou esse tipo de medida antes de assinar o contrato.
7. Priorize Planos Individuais ou Familiares
Menores reajustes: Os planos individuais e familiares possuem reajustes anuais regulados pela ANS, que tendem a ser menores que os planos coletivos.
Maior segurança contratual: Em planos individuais/familiares, o cancelamento só pode ocorrer por fraude ou inadimplência superior a 60 dias. Já nos planos coletivos, a operadora pode encerrar o contrato de forma mais simples, deixando o beneficiário desamparado.
Dica Bônus: Contratar Plano no Interior Pode Sair Mais Barato
Se você está em uma grande capital, como São Paulo, o custo de um plano de saúde tende a ser maior. Avalie a possibilidade de contratar o plano pela sua empresa ou filial localizada em uma cidade do interior, caso isso seja viável. Muitas vezes, a mensalidade será mais baixa, pois o cálculo de risco das operadoras considera a região de utilização dos serviços.
Conclusão
Contratar um plano de saúde é uma decisão importante que deve ser tomada com cautela, considerando suas necessidades médicas, orçamento e rotinas de viagem. Seguindo essas sete dicas — com atenção ao histórico de reajustes, faixas etárias, rede credenciada, suspensões pela ANS e, especialmente, preferindo planos individuais ou familiares — você terá mais segurança e evitará surpresas desagradáveis no futuro.
Precisa de ajuda jurídica ou quer tirar dúvidas sobre contratos de planos de saúde? Entre em contato comigo para uma avaliação personalizada do seu caso.